Vítima de amiotrofia espinhal (doença neurológica que causa a atrofia da medula espinhal e fraqueza muscular), Ricardo foi condecorado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ontem, no Teatro Municipal do Rio, com sua segunda medalha de ouro nas Olimpíadas Brasileiras de Matemática das Escolas Públicas, ocorrida no ano passado, um galardão destinado aos 300 melhores do país, numa disputa que envolveu 17,5 milhões de estudantes.
Ricardo, que vive em Várzea Alegre (CE), a 467 km de Fortaleza, foi alfabetizado pela mãe, a dona de casa Francisca Antônia da Conceição, 45, que cursou só até a sexta série. Ela lhe ensinou regras de português e as quatro operações básicas de matemática (soma, diferença, multiplicação e divisão).
Quem me matriculou foi o diretor da escola, que soube da minha história e foi me procurar", conta em tom de voz baixo, parte por timidez, parte pelas dificuldades motoras causadas por sua doença, que o obriga a usar cadeira de rodas.
Atualmente, para fazer as provas na escola municipal Joaquim Alves de Oliveira, seu pai precisa carregá-lo por cerca de 1 km em um carrinho de mão. As professoras levam matérias e exercícios a sua casa.
Ricardo vive em um pequeno sítio cujo acesso é apenas por estrada de barro e pedra. Sua família sobrevive com plantação de arroz, feijão e milho --para subsistência--, R$ 100 da bolsa de iniciação científica que ganha devido às olimpíadas e R$ 76 do Bolsa Família.
"A deficiência física não atrapalha, o que conta é o talento e o esforço. Todo mundo tem algum defeito. Algumas pessoas parecem perfeitas, mas têm defeitos muito graves como a preguiça e o desinteresse, por exemplo", declarou.
PARA VER O RESTANTE DA MATÉRIA FOLHA EDUCAÇÃO
Nenhum comentário:
Postar um comentário
SUA OPINIÃO É MUITO IMPORTANTE.