Pegue uma criança de seis anos, ou mais, no estado em que estiver, suja ou limpa e coloque-a numa sala de aula, onde existam muitas coisas escritas para olhar e examinar.
Serve jornais velhos, revistas, embalagens, propaganda eleitoral, latas de óleo vazias, caixas de sabão, sacolas de supermercado, enfim, tudo o que estiver entulhando os armários da escola e da sua casa.
Convide a criança para brincar de ler, adivinhando o que está escrito: você vai descobrir que ela já sabe muitas coisas, muitas hipóteses.
Converse com a criança, troque idéias sobre quem são vocês e as coisas de que gostam e não gostam. Escreva no quadro algumas das coisas que foram ditas e leia para ela.
Deixe a criança recortar letras, palavras e frases dos jornais velhos e não esqueça de manda-la limpar o chão depois para não criar problemas na escola.
Todos os dias leia em voz alta para a criança, alguma coisa interessante: historinha, poesia, notícia de jornal, anedota, letra de música, adivinhação.
Mostre para a criança alguns tipos de elementos escritos que, talvez, ela não conheça: um catálogo de telefone, um dicionário, um telegrama, uma carta, um bilhete, um livro de receitas de cozinha.
Desafie a criança a pensar sobre a escrita e pense, você também.
Quando a criança estiver tentando escrever, deixe-a perguntar ou ajudar o colega.
Não se apavore se a criança estiver comendo letras: até hoje, não houve caso de indigestão alfabética. Acalme a diretora e a supervisora, se elas ficarem alarmadas.
Invente sua própria cartilha. Use a sua imaginação e sua capacidade de observação para ensinar a ler.
Leia e estude você também.
(Marlene de Carvalho)
do blog Educar para viver bem
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