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26/10/2009

DESVENDANDO A DISLEXIA



MedicinaNeurônios à deriva
Finlandeses descobrem um novo métodopara o diagnóstico precoce da dislexia
Giuliana Bergamo

Lailson Santos
Ralph, de 17 anos: aprendendo a conviver com a falta de sentido espacial e a dificuldade para memorizar textos




A dislexia, que se manifesta principalmente por uma dificuldade exagerada para ler e escrever, é um dos distúrbios de aprendizagem mais comuns.


Quando não recebem o diagnóstico correto, as crianças que o apresentam tornam-se problemáticas em todas as disciplinas escolares e freqüentemente são tachadas de "burras", "ignorantes" e "indolentes" – o que tem, é lógico, um impacto nefasto sobre sua auto-estima.



A dislexia não tem cura, mas é possível controlar os sintomas associados a ela.



Um estudo de pesquisadores finlandeses a ser publicado na edição especial da revista científica Cortex comprovou a eficácia de um exame na identificação da tendência à dislexia.


Trata-se do potencial evocado, que surgiu para medir a capacidade auditiva de uma pessoa.
O teste consiste no acompanhamento da atividade elétrica do cérebro mediante estímulos sonoros.


No caso do trabalho finlandês, os sons usados eram sílabas.


Os pesquisadores acompanharam por cinco anos 49 crianças – metade delas com histórico familiar de dislexia e metade não.


Todas foram examinadas quatro vezes: a primeira, logo depois do nascimento, e a última, aos 5 anos.


Com base nessas análises, os pesquisadores finlandeses conseguiram determinar padrões de resposta cerebral para aquelas com risco de desenvolver dislexia e para as que não correm esse perigo.

Os autores do trabalho propõem que o exame de potencial evocado seja usado para identificar precocemente crianças com alta propensão de apresentar dislexia e, assim, levar a que iniciem logo um tratamento que as livre de constrangimentos na idade escolar.
A ciência ainda tem muito a descobrir sobre a dislexia.


Sabe-se que se trata de um problema de ordem genética, mais comum entre os meninos. A hipótese mais aceita para a sua origem é a de que o distúrbio começa a se estabelecer ainda durante o processo da formação cerebral.


Entre a vigésima e a 25ª semana de gestação, neurônios migram do núcleo para a periferia do cérebro do feto.


Nos disléxicos, alguns neurônios se perderiam no caminho, comprometendo as áreas cerebrais envolvidas no processamento da linguagem. Por isso, o cérebro dos disléxicos seria menos especializado para decifrar e ordenar letras e números, para a orientação espacial e para capacidades motoras finas e grossas, como desenhar e chutar uma bola.


Não se inventou nada capaz de recuperar essas funções. "Mas um disléxico, quando bem orientado, encontra alternativas para driblar os sintomas do distúrbio", diz o neurologista infantil Mauro Muszkat, professor da Universidade Federal de São Paulo. Muszkat inicia no próximo mês um dos maiores estudos já feitos no Brasil sobre dislexia.



Com a ajuda de exames neuropsicológicos, neuroimagem e uma máquina que rastreia o movimento ocular enquanto um indivíduo lê uma palavra, o neurologista e sua equipe querem decifrar quais são os mecanismos fisiológicos que estão envolvidos na dislexia.
O estudante Ralph Marquetti Teixeira, de 17 anos, só descobriu que era disléxico aos 10 anos. Até então, já havia repetido duas séries escolares e passado por vários professores particulares. Desesperada, sua mãe chegou a procurar até a ajuda de um "parapsicoterapeuta", que evocou algo como as forças do além na tentativa de descobrir o que atrapalhava a alfabetização do menino.


Diante da dificuldade de Ralph, parentes e amigos diziam que ele era "burro e incapaz de nascença".


Outros argumentavam que ele era, isso sim, "preguiçoso e pouco esforçado".


Todas as provas escolares voltavam cheias de rabiscos vermelhos feitos pelos professores, com a seguinte observação: "Você pode mais". "Eu me sentia um completo inútil.


Chorava trancado no quarto e até tive vontade de me matar", diz Ralph.


Com a descoberta da dislexia, ele foi novamente alfabetizado por uma fonoaudióloga.



Para ajudá-lo a estudar outras matérias, a terapeuta gravava em fitas os textos dos livros didáticos. Ralph usa o recurso até hoje. Isso porque tem uma dificuldade tremenda não só de ler as palavras como de memorizar o que acabou de ler.


O garoto também não consegue decifrar relógios analógicos nem discernir entre direita e esquerda.


Números de telefone, Ralph só decora depois de digitá-los no teclado do celular. "Eu memorizo o movimento, não a ordem dos números", diz.
A história está repleta de personagens brilhantes vítimas de dislexia.



O físico Albert Einstein, por exemplo, durante boa parte de sua infância foi considerado um "retardado".


"As vítimas desse problema conseguem até superar alguns de seus sintomas mais marcantes, mas é importante lembrar que o cérebro delas funciona de maneira diferente", diz Maria Angela Nogueira Nico, fonoaudióloga e psicopedagoga da Associação Brasileira de Dislexia.


Existe uma lei federal que determina que pessoas com algum distúrbio de aprendizagem (a dislexia, entre eles) têm o direito de receber avaliação personalizada.


No caso de um disléxico, a prova escrita pode ser substituída por uma avaliação oral.



Gênios e disléxicos


Disléxicos famosos são a prova de que é possível conviver com os sintomas do distúrbio.


Para tanto, basta desenvolver alternativas para contornar as dificuldades de leitura, escrita e orientação espacial, entre outras


AGATHA CHRISTIE escritora inglesa ditava seus textos para uma datilógrafa


ALBERT EINSTEIN físico tinha problemas de memória e só aprendeu a ler aos 9 anos


WALT DISNEY desenhista tinha dificuldade para ler e escrever e durante muito tempo se sentiu um "incapaz"
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