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08/11/2009

FORMAÇÃO CONTINUADA 3

Como e quando realizar a formação continuada? Nos fins de semana? É impraticável e não se pode exigir de quem trabalha a semana inteira e merece, como os outros trabalhadores, descanso e lazer. Em serviço? Talvez. Isso implicaria em alteração da rotina da escola: diminuição de dias letivos, dispensa de alunos e outros acertos para obter a participação da maioria.

Tudo isso envolve dinheiro e, sobretudo, vontade política. Não adianta construir e reformar prédios, dotá-los de todos os recursos da tecnologia, se o seu líder, o professor está desmotivado e despreparado para desencadear o processo. "Não há ensino de qualidade, nem reforma educativa, nem inovação pedagógica, sem uma adequada formação de professores". (Nóvoa, 1992:9).

Os cursos de fim de semana não têm dado bons resultados. Na escola, durante o serviço, não conseguem reunir a todos, pois muitos trabalham em outros locais.

Mesmo supondo que o professor tenha recebido adequada formação, a atualização é uma exigência da modernidade. Tabus caem, métodos são questionados, conceitos são substituídos, o mundo da ciência, do trabalho, da política, da empresa caminha velozmente para mudanças de padrões e exigências. Se o diploma abre as portas do mercado de trabalho, não garante a permanência nele. Os medíocres, serão preteridos pelos melhores classificados.

E o profissional da escola? Aqui a situação é diferente e peculiar. Não há cobrança nem supervisão. O professor excelente tem a mesma consideração, avaliação que o omisso e incapaz. Não há estímulo para atualização e aprimoramento. Os salários são baixos, a estrutura, precária, a aposentadoria, aterrorizante. A própria comunidade não cobra bom desempenho do professor, contentando-se apenas em que a escola aceite seus filhos para não ficarem sós em casa ou na rua.

Não há divulgação de experiências bem sucedidas entre os professores; um não sabe o que o outro está "dando", os métodos e avaliação são pessoais e arbitrários. Para Esteves (1993:98), a formação continuada exige profissionais "conhecedores da realidade da escola, capazes de trabalhar em equipe e de proporcionar meios para a troca de experiências, dotados de atitudes próprias de profissionais cujo trabalho implica a relação com o outro...".

O treinamento empresarial é geralmente realizado em serviço. Cursos são ministrados ao final do expediente, a empresa abre mão de seus funcionários, por acreditar que investir em sua formação continuada é lucro e retorno garantidos. Algumas empresas, em locais especiais, durante uma semana ou mais dias, capacitam os seus funcionários em um ambiente saudável que permite, além da troca de experiências e interação, aperfeiçoar-se em seu serviço.

O Estado é o maior empregador. Só que não dispõe (sic) de verba para imitar as grandes empresas. Ou não tem vontade política para isso. Entretanto, segundo Nóvoa (1992:27), "importa valorizar paradigmas de formação que promovam a preparação de professores reflexivos, que assumam a responsabilidade do seu próprio desenvolvimento profissional e que participem como protagonista na implementação das políticas educativas".

Voltamos ao ponto inicial: ou se investe no professor, em sua formação, atualização e satisfação pessoal e profissional, ou a escola continuará sendo a mentira que é: de portas abertas, sim, porém, um pseudo-ensino, sem características de eqüidade, ultrapassado, a serviço da manutenção do status quo, que é o que deseja a classe dominante.

Masetto (1994:96) aponta as características que deve possuir a formação do professor:

Inquietação, curiosidade e pesquisa. O conhecimento não está acabado; exploração de "seu" saber provindo da experiência através da pesquisa e reflexão sobre a mesma; domínio de área específica e percepção do lugar desse conhecimento específico num ambiente mais geral; superação da fragmentação do conhecimento em direção ao holismo, ao inter-relacionamento dos saberes, a interdisciplinaridade; identificação, exploração e respeito aos novos espaços de conhecimento (telemática); domínio, valorização e uso dos novos recursos de acesso ao conhecimento (informática); abertura para uma formação continuada.

Propostas de solução só a longo prazo. Se a escola não começar a melhorar hoje, amanhã ela continuará a ser o que é. O hoje significa o ensino fundamental. Se nossas crianças não forem alfabetizadas adequadamente, não aprenderem a ler o livro e o mundo, a questionar, criar, participar, exigir; se os métodos não se tornarem ativos, se o conteúdo não se tornar significativo, de nada adianta falar em reforma ou melhoria de ensino em outros níveis. A base é que está viciada e precária. Estamos alfabetizando como há cinqüenta anos: repetindo lições, copiando a cartilha, falando uma linguagem incompreensível.

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