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09/02/2010

CRIANÇA, A ALMA DO NEGÓCIO

Marina Silva
de Brasília (DF), para Terra Magazine

Na semana passada vi um documentário excelente, dirigido pela cineasta Estela Renner, intitulado "Criança, a alma do negócio" (disponível gratuitamente em www.alana.org.br). É sobre como a publicidade dirige-se propositalmente às crianças, fazendo delas consumidores precoces orientados pela propaganda, principalmente a televisiva.



Segundo o IBGE, as crianças brasileiras são as que mais passam tempo em frente à TV, cerca de cinco horas diárias. Vejam o que diz no filme a pedagoga Ana Lúcia Villela, presidente do Instituto Alana: "Do carro à geladeira, não importa. O foco é a criança.
Por que eles estão falando com a criança? Por que eles colocam bichinho no meio da propaganda?. Por que eles falam uma linguagem infantil?
Porque hoje se sabe que 80% das decisões de compra numa casa vêm das crianças".

O triste é que as crianças estão substituindo o brincar pelo consumir. Com graves consequências para elas e para o meio ambiente. Paradoxalmente, são as crianças, adolescentes e jovens os que mais têm se mostrado sensíveis à preocupação com a proteção da natureza.
Mas, hiperestimulados ao consumo, desde a mais tenra idade, não conseguem fazer ligação entre seus sinceros ideais de preservação dos recursos naturais - sem os quais serão prejudicados no futuro -, e o desenfreado consumo que ironicamente vai, aos poucos, os transformando em exterminadores de si mesmos.
E esse talvez seja um "exterminador do futuro" mais preocupante do que o da ficção cinematográfica.

Vivemos um momento de graves perturbações para a capacidade humana de não dissociar completamente o agir do pensar e o querer do poder.
É como se tivéssemos correndo o risco de perder o elo com os meios que nos possibilitam agir e tomar decisões a partir de uma base integradora de pensamento que nos assegure alguma coerência entre pensamento e ação.
Sem o quê, aos poucos, vamos ficando cada vez mais impedidos de perceber que o atual modelo de produção e geração de riquezas - que tem exaurido o planeta, destruindo os ecossistemas fundamentais para a vida na Terra - não é de responsabilidade somente de grandes empresas e de governos. Para que a máquina funcione, para o bem ou para o mal, é preciso que toda a sociedade participe dela.

Nossos recursos naturais são finitos e é imperativo aprendermos a satisfazer nossas necessidades usando cada vez menos. Isso, porém, se tornará quase impossível se continuarmos aprisionando nossas crianças e jovens ao consumo desenfreado e irracional, inconscientes dos resultados nefastos já conhecidos por todos: contaminação da água, devastação das florestas, matança de animais, destruição do solo e mudanças climáticas, com secas, desertificação e tantos outros danos.

Nosso consumismo produz mais lixo, incluído o emocional, do que produtos e riquezas. E isso começa cedo, na cabeça das crianças, indefesas, reféns da "cultura do shopping" e desprovidas dos mínimos recursos para se proteger da sanha desenfreada da indústria propagandística, que as faz substituir o brincar pelo comprar.
E, progressivamente, também se vêem substraídas da capacidade de se constituirem como seres que asseguram seu lugar no mundo por meio não da autosuficiência - que prescinde do relacional para existir, bastando tão somente ter os meios materiais para adquirí-la -, mas da coosuficiência.
Pois, como tão bem disse o pediatra e psicanalista inglês D. W. Winnicott, "A independência nunca é absoluta. O indivíduo normal não se torna isolado, mas se torna relacionado ao ambiente de um modo que se pode dizer serem o indivíduo e o ambiente interdependentes."

Será que vale a pena, em troca simplesmente da voracidade do consumo, separar a criança de si mesma - inibindo o brincar descomprometido e revelador do mundo - , adoecê-la mentalmente por meio do dirigismo publicitário e aliená-la de sua relação com o mundo natural que é sua primeira casa?
É algo para se pensar, no momento de deixar nossas crianças aos cuidados das mensagens televisivas, sem ajudá-las a desenvolver um olhar arguto e crítico. E também no momento de levá-las às compras para não ter o trabalho de induzí-las ao inventar, ao brincar, ao viver.


Marina Silva é professora secundária de História, senadora pelo PT do Acre e ex-ministra do Meio Ambiente.

Do site Terra Magazine - Terra - Brasil
http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI3826439-EI11691,00.html


VEJAM O VÍDEO QUE A PROFESSORA MARINA CITA.











Criança, a alma do negócio divulga dados alarmantes sobre consumismo e histórias de famílias de diversas classes sociais que não sabem como lidar com os apelos de seus filhos. Documentário exibido durante o 2° Fórum Internacional Criança e Consumo, promovido pelo Projeto Criança e Consumo.




Sinopse: "Por que meu filho sempre me pede um brinquedo novo?
Por que minha filha quer mais uma boneca se ela já tem uma caixa cheia de bonecas? Por que meu filho acha que precisa de mais um tênis?
Por que eu comprei maquiagem para minha filha se ela só tem cinco anos? Por que meu filho sofre tanto se ele não tem o último modelo de um celular? Por que eu não consigo dizer não? Ele pede, eu compro e mesmo assim meu filho sempre quer mais. De onde vem este desejo constante de consumo?" Este documentário reflete sobre estas questões e mostra como no Brasil a criança se tornou a alma do negócio para a publicidade.
A indústria descobriu que é mais fácil convencer uma criança do que um adulto, então, as crianças são bombardeadas por propagandas que estimulam o consumo e que falam diretamente com elas.
O resultado disso é devastador: crianças que, aos cinco anos, já vão à escola totalmente maquiadas e deixaram de brincar de correr por causa de seus saltos altos; que sabem as marcas de todos os celulares mas não sabem o que é uma minhoca; que reconhecem as marcas de todos os salgadinhos mas não sabem os nomes de frutas e legumes.
Num jogo desigual e desumano, os anunciantes ficam com o lucro enquanto as crianças arcam com o prejuízo de sua infância encurtada. Contundente, ousado e real, este documentário escancara a perplexidade deste cenário, convidando você a refletir sobre seu papel dentro dele e sobre o futuro da infância.

Instituto Alana: http://www.alana.org.br/

Vídeos do 2° Fórum Internacional Criança e Consumo realizado em 2008: http://www.forumcec.org.br/

Baixe este documentário em alta qualidade de imagem:
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Codec necessário para assistí-lo:
http://www.koepi.info/Xvid-1.2.1-0412...
Ou um aparelho de DVD compatível com DivX / XviD.

Não guarde só para você, divulgue.



Este documentário está dividido em 6 partes no YouTube:
para assistir todas as partes
http://www.youtube.com/watch?v=dX-ND0G8PRU&feature=PlayList&p=E2ABADAEF30E4007&index=0&playnext=1

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