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15/04/2011

ASTOLFO, UM SAPO CAIPIRA

Astolfo, um sapo caipira

Era uma vez um sapo cururu
Que tinha o nome de Astolfo
Ele andava por aí muito jururu
Pois de perto só conhecia a lagoa

Astolfo era um sapo bem balofo
Sua pele era dura e ressecada
Tinha os olhos muito grandes!
Sua cor era amarelo-esverdeada

Comia vermes, lagartas e insetos
Com sua língua ágil e comprida
Fechava os olhos ao se alimentar
Para mais fácil empurrar a comida

Astolfo era um sapo bem solitário
De brejo em brejo vivia a coaxar
Ele mantinha um desejo secreto
Queria muito conhecer o mar!

Vai daí que numa noite estrelada
Com a Lua Cheia a testemunhar
Lá se foi ele tão contente rio abaixo
Num tronco de ingazeiro a navegar!

Em uníssono, chegava até Astolfo
Uma sinfonia familiar lá da margem
Era o coaxar de centenas de sapos
Que lhe desejavam uma boa viagem!

De repente, ecoa um som diferente
E a correnteza do rio altera a voz:
_” Astolfo, ruge o mar ali na frente
Eis que logo chego à minha foz!”

Antes que Astolfo botasse a sunga
Uma nuvem de água o lança pelo ar
Foi se esparramar na areia branca
Coaxando:_ Arrede-se , oh! mar!!

Astolfo espreguiçou-se lá na praia...
Mas o astro rei não tardaria a nascer
Na bocarra um gostinho de salmoura
E a pele esfolada começava a arder

No poente, a Lua Cheia já dava adeus
Mas a estrela d’alva ainda alta reluzia
Foi nesta hora que Astolfo se deu conta
De que morar ali na praia não poderia!

Os olhos fechou naquele momento
Fazendo uma súplica ao morno vento:
_Traga-me a maior de todas as ondas
Antes que o Sol ilumine o firmamento!

De repente, como que por encanto,
Um vagalhão na praia se ajoelhou
Das brancas espumas veio um barco
E de volta para casa Astolfo levou!

Assim que o dia no céu se rompeu
Astolfo já tirava o seu sono habitual:
_“Hum...Hum...Será que foi um sonho?
Mas...e na boca,esse gostinho de sal?”

 Os sonhos da vida fazem parte
 E Astolfo procurou o que sonhara...
 Penso que o caruru, o sapo caipira,
 Teve mesmo o seu dia de caiçara!

Maria Wilma Ferrone Corrêa

10/12/2009

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