As leis da natureza explicam
O segundo e principal motivo que me levou a escrever este livro
é a dívida que tenho para com a Física, esta disciplina tão temida pelos alunos, mas de tão fácil compreensão. Assumi a missão de torná-la acessível a todos, mesmo até para aqueles que pensam que nunca mais precisarão dos seus fundamentos, tais como líderes das mais diversas corporações. A Física é a disciplina que busca compreender os fenômenos da natureza. Quando o homem passou a fazer uso de seus conceitos e princípios sua vida mudou para melhor. Basta dizer que entramos no século XX a cavalo e saímos dele a bordo de naves espaciais.
Desde pequeno acredito que você, assim como eu, ouviu dos pais:
“meu fi lho ouça os mais velhos, aprenda com eles, ouça a voz da experiência”.
Quero dizer que eles estavam brilhantemente corretos. E quem
é o mais velho dentre nós? A quem devemos ouvir afi nal? Resposta: A natureza! A natureza tem em torno de 10 a 20 bilhões de anos de existência.
Já está bastante crescida e, com certeza, sabe o que está “falando”.
Então, vamos ouvi-la. Saiba que ela nunca nos deixará sem respostas.
Observe-a, muitas vezes ela fala nas entrelinhas. O próprio Goethe já havia observado isso e certa vez disse “a natureza é o único livro que oferece um conteúdo valioso em todas as suas folhas”.
E suas leis são tão simples que até mesmo os animais conseguem
captá-las.
Veja o exemplo dos gansos, eles descobriram que voando em
forma de V reduzem consideravelmente a resistência do ar e por isso conseguem voar aproximadamente 70% mais longe do que quando voam sozinhos. Os cupins constroem suas torres de barro expostas à luz solar e sequer usam algum tipo de circulador de ar em seu interior.
Recentemente, um arquiteto inglês desejou construir um prédio que
apresentasse o mínimo em consumo de energia elétrica para refrigerar o ar nos seus ambientes. Para isso pensou em minimizar, até mesmo em eliminar, o uso de aparelhos de ar condicionado. Foi então buscar na natureza uma solução para o seu problema. Munido de uma pá e de outros implementos agrícolas, acampou diante de um cupinzeiro e deu início a um processo de investigação. Em meio aos inúmeros labirintos que encontrou num pequeno pedaço do material em análise, ele questionou o porquê daquela conformação. Concluiu usando as leis da aerodinâmica e mecânica dos fl uidos que aquele formato de túnel, com comprimentos variados e cheios de estrangulamentos, era para criar uma diferença de pressão que se fazia necessária para permitir que o ar circulasse da base ao cume daquela obra de arte natural.
Constatou que os cupins são exímios arquitetos, com sua
sofisticada engenharia e qualificada mão-de-obra conseguem reduzir a zero o consumo de energia e proporcionar o máximo em conforto a toda a sua comunidade.
Eles simplesmente fazem uso das leis da natureza, leis estas que serão abordadas e comentadas ao longo deste livro. De volta à sua prancheta e inspirado pelas teorias “cupinianas”, este arquiteto conseguiu construir o pretendido prédio e, o mais espetacular, atingiu o seu intento, com uma construção cujo consumo de energia para refrigerar seus ambientes é bem menor que nos prédios convencionais.
Se você deseja construir uma caixa que armazene o máximo em
volume, que formato deverá ter? Caso não esteja disposto a realizar
sofi sticados cálculos, análises gráficas e outros malabarismos matemáticos, dirija-se a um apiário e veja o formato das figuras geométricas no interior de um favo de mel. Para surpresa de todos nós as abelhas já sabem a melhor forma de armazenagem, com o maior conteúdo no menor espaço.
A forma encontrada (sabe-se lá como elas conseguiram chegar a essa conclusão) é a de um hexágono regular.
Esses exemplos nos mostram que temos que aprender a usar a natureza
a nosso favor, pois ela tem as respostas a todas as nossas dúvidas.
Na verdade, ela nunca nos deixará sem respostas.
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