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16/05/2016

CHURRASCO DE PORCO E A EDUCAÇÃO

Qualquer semelhança dessa parábola com o sistema na educação não é mera coincidência.

Certa vez, aconteceu um incêndio num bosque onde havia alguns porcos, que foram assados pelo fogo. Os homens, experimentaram e acharam deliciosa a carne assada.
A partir daí, toda vez que queriam comer porco assado, incendiavam um bosque.
Mas algo aconteceu quando tentaram mudar o sistema para implantar um novo.
Fazia tempo que as coisas não iam lá muito bem: às vezes os animais ficavam queimados demais ou parcialmente crus.
O processo preocupava muito a todos, porque se o sistema falhava, as perdas ocasionadas eram muito. Portanto, o sistema simplesmente não podia falhar.
Mas, curiosamente, quanto mais crescia a escala do processo, tanto mais parecia falhar e tanto maiores eram as perdas causadas.
Em razão das inúmeras deficiências, aumentavam as queixas.
Já era um clamor geral a necessidade de reformar profundamente o sistema.
Congressos, seminários, conferências passaram a ser realizados anualmente para buscar uma solução.
As causas do fracasso do sistema, segundo os especialistas, eram atribuídas à indisciplina dos porcos, que não permaneciam onde deveriam, ou à inconstante natureza do fogo, tão difícil de controlar, ou ainda às árvores, excessivamente verdes, ou à umidade da terra.
Na verdade, o sistema para assar porcos era muito complexo.
Fora montada uma grande estrutura: maquinário diversificado; indivíduos dedicados exclusivamente a acender o fogo .
Havia especialista também em ventos - os anemo técnicos.
Havia um Diretor Geral de Assamento e Alimentação Assada, um Diretor de Técnicas Ígneas , um Administrador Geral de Reflorestamento, uma Comissão de Treinamento Profissional em Porcologia.

Foram formados professores especializados na construção de instalações.
Pesquisadores trabalhavam para as universidades para que os professores especializados na construção das instalações para porcos; fundações apoiavam os pesquisadores que trabalhavam para as universidades que preparavam os professores especializados na construção das instalações para porcos, etc.
Não é preciso dizer que os poucos especialistas estavam de acordo entre si, e que cada um embasava suas idéias em dados e pesquisas específicos.

Um dia, um incendiador, chamado João Bom-Senso, resolveu dizer que o problema era muito fácil de ser resolvido
- bastava, primeiramente, matar o porco escolhido, limpando e cortando adequadamente o animal, colocando-o então sobre uma armação metálica sobre brasas, até que o efeito do calor - e não as chamas - assasse a carne.

Tendo sido informado sobre as idéias do funcionário, o Diretor Geral de Assamento mandou chamá-lo ao seu gabinete, e depois de ouvi-lo pacientemente, disse-lhe:
- Tudo o que o senhor disse está muito bem, mas não funciona na prática.
O que o senhor faria, por exemplo, com os anemo técnicos, caso viéssemos a aplicar a sua teoria? Onde seria empregado todo o conhecimento dos acendedores de diversas especialidades?
- Não sei - disse João.
- E os especialistas em sementes?
Em árvores importadas?
E os desenhistas de instalações para porcos, com suas máquinas purificadoras automáticas de ar? - Não sei.
- E os anemo técnicos que levaram anos especializando-se no exterior, e cuja formação custou tanto dinheiro ao país?
Vou mandá-los limpar porquinhos?
E os conferencistas e estudiosos, que ano após ano têm trabalhado no Programa de Reforma e Melhoramentos? Que faço com eles, se a sua solução resolver tudo?
Hein?
- Não sei - repetiu João encabulado.
- O senhor percebe agora que a sua idéia não vem ao encontro daquilo de que necessitamos?
O senhor não vê, que, se tudo fosse tão simples, nossos especialistas já teriam encontrado a solução há muito tempo atrás?
O senhor com certeza compreende que eu não posso simplesmente convocar os anemo técnicos e dizer-lhes que tudo se resume a utilizar brazinhas, sem chamas!
O que o senhor espera que eu faça com os quilômetros e quilômetros de bosques já preparados, cujas árvores não dão frutos e nem têm folhas para dar sombra?
Vamos, diga-me.
- Não sei, não senhor.
- Diga-me, nossos três engenheiros em Porcopirotécnia, o senhor não considera que sejam personalidades científicas do mais extraordinário valor?
- Sim, parece que sim.
- Pois então. O simples fato de possuirmos valiosos engenheiros em Porcopirotécnia indica que nosso sistema é muito bom.
O que eu faria com indivíduos tão importantes para o país?
- Não sei.
- Viu? O senhor tem que trazer soluções para certos problemas específicos
- por exemplo, como melhorar as anemo técnicas atualmente utilizadas, como obter mais rapidamente acendedores de oeste (nossa maior carência), como construir instalações para porcos com mais de sete andares.
Temos que melhorar o sistema, e não transformá-lo radicalmente, o senhor, entende? Ao senhor, falta-lhe sensatez!
- Realmente, eu estou perplexo!
respondeu João.
- Bem, agora que o senhor conhece as dimensões do problema, não saia dizendo por aí que pode resolver tudo.
O problema é bem mais sério e complexo do que o senhor imagina.
Agora, entre nós, devo recomendar-lhe que não insista nessa sua idéia
- isso poderia trazer problemas para o senhor no seu cargo.
Não por mim, o senhor entende.
Eu falo isso para o seu próprio bem, porque eu o compreendo, entendo perfeitamente o seu posicionamento, mas o senhor sabe que pode encontrar outro superior menos compreensivo, não é mesmo?
João Bom-Senso, coitado, não falou mais um "A".
Sem despedir-se, meio atordoado, meio assustado com a sensação de estar caminhando de cabeça para baixo, saiu de fininho e ninguém nunca mais o viu.
Por isso é que até hoje se diz, quando há reuniões de Reforma e Melhoramentos, o que falta sempre é o Bom-Senso.

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