Domingo, 30/10 estive no Teatro Municipal de São Paulo,
ouvindo o Réquiem de Verdi.
Fiquei maravilhado com o lugar, falarei em outra postagem
sobre isso, agora o motivo que me leva a escrever é outro.
Com olhar de
educador, encantado com os músicos, constatei algo que me entristeceu.
Uma
quantidade considerável para encher um palco de músicos, e até onde pude ver,
não havia um negro fazendo parte do grupo.
Quando terminou a apresentação perguntei as pessoas a minha
volta, alguém percebeu que a orquestra não tem negros?
E o estranhamento óbvio de quem nem pensava no assunto.
Não
seria uma coincidência?
No coral, com 120 cantores, consegui ver quatro.
E aí começa meus questionamentos, que quando aborrecido se
descambam para a ironia.
Será que o negro não tem habilidade para a música?
E as
pessoas começam a ficar espantadas comigo.
E vou desfilando meus comentários até que as pessoas ao meu
lado começam a me lançar com o olhar:
“Eu não tenho culpa”.
Existe alguém culpado por não haver a representatividade da
raça negra na orquestra municipal de São Paulo?
Num país que infelizmente enxergo a exclusão, ouço de
alguns, “eles precisam se esforçar mais”, num país onde as oportunidades são
tão desiguais, “é questão de mérito”.
Quem tem olhos para a Educação, vê além... Não estão na
orquestra, porque algo está errado.
Na sociedade, na orquestra, no Brasil.
À tempo, recebendo os bilhetes, indicando os lugares para se sentar...(sem querer jamais desmerecer qualquer profissão digna) eu os ví.
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