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25/03/2009

CARTA DE ADEUS AO TREMA

Obrigado!
Minha amiga educadora.
Por me enviar palavras tão singelas e de alento.
Elas transparecem a sua beleza interior.
Você sim, é essa Alma bela de educadora.
Conto sempre com amigas como você para que o blog siga sempre em frente.


Como outros já fizeram, quero também me despedir do trema, cuja morte foi anunciada por decreto a partir de 1º de janeiro.
Não uma, mas cinqüenta e cinco vezes quero me despedir desta acentuação antiqüíssima e usada com tanta freqüência.
Fomos argüídos a respeito? Claro que não!

A ambigüidade que tínhamos para decidir se queríamos usar o trema ou não numa frase nos foi seqüestrada para sempre. Afinal, a ubiqüidade do trema nunca nos foi exigida.
Quem deve se beneficiar com esta tão inconseqüente medida?

Creio que tão somente os alcagüetes, os delinqüentes e os sangüinários, justamente aqueles que não estão eqüidistantes, como nós, dos valores eqüiláteros da Sociedade.
Vocês já se argüiram sobre as conseqüências do fim do trema para os pingüins, os sagüis e os eqüestres? Estes perderão uma identidade conquistada desde a antigüidade.

E o que dizer do nosso herói Anhangüera, que vivia tranqüilo com o seu nome indígena? Com a liqüidação do trema, a pronúncia do seu nome não será mais exeqüível.
Os nossos papos de chopp nunca mais serão os mesmos, pois a tão freqüente lingüicinha acebolada vai desagüar num sangüíneo esquecimento.

O que vai acontecer com o grão de bico com gergilim, agora sem o liqüidificador para prepará-lo? Ah, meu Deus! Tenha piedade de nós!

Nunca mais poderemos escrever que "a última enxagüada é a que fica"!
Não sei se vou agüentar a perda da eloqüência, em termos de estilo literário, que o trema trazia à Última Flor do Lácio.

É preciso que averigüemos se haverá seqüelas futuras!

E para onde vai a grandiloqüência dos lingüistas?

Haja ungüento para suportar tamanha dor!

O que podemos esperar em seqüência? Será que não se poderia esperar mais um qüinqüênio para que fossem melhor avaliados os líqüidos benefícios desta mudança?
Portanto, pela qüinqüagésima vez, a minha voz exangüe se une à dos bilíngües e trilíngües como eu, cuja consangüinidade lingüística e contigüidade sintática se revolta ante tamanha iniqüidade.

Pedir que nos apazigüemos, para mim é inexeqüível, pois falta-nos tranqüilidade diante de tamanha delinqüência gramatical.
Portanto é com dor no coração que lhe dou este meu adeus desmilingüido, mas pelo menos uma coisa me apazigüa, pois quando a saudade bater, sei que vou poder revê-lo quando estiver lendo alguma coisa em alemão.

Adeus, meu trema querido!


Autor desconhecido

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