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22/04/2009

PEQUENO PRÍNCIPE


José Pacheco Mestre em Ciências da Educação pela Universidade do Porto, foi professor da Escola da Ponte.
Foi também docente na Escola Superior de Educação do IPP e membro do Conselho Nacional de Educação.
Meu ícone como referência de Educador.

Mais de quatrocentos voluntários e apoios de empresas e universidades ajudam a manter um projecto que merece ser dado a conhecer.
Sempre que posso, volto àquele hospital de crianças, porque sempre aprendo algo por lá.
A professora está sentada ao lado da cama.
Lê um livro para uma criança recentemente operada.
Enquanto os enfermeiros mudam o penso, a professora afaga os cabelos da chorosa criança.
Cadê Aline? – pergunta a Maria.
Ficou boa e foi embora! – responde, em coro, a enfermaria.
Como é possível tão pouco espaço conter tanta humanidade?
Respira-se carinho.
Todos se conhecem.
Todos são chamados pelo nome.
Quem é o médico? Quem é o voluntário?
Quem é o educador?...
Chucran! – é assim que eu escuto – é o mesmo que "obrigado", mas em libanês.
No hospital, o Rafael descobre as suas raízes culturais.
A mãe, de véu cobrindo os cabelos e o rosto, estuda a história da terra onde nasceram.
A professora ensina português ao Rafael. A mãe do Rafael ensina libanês à professora.
Pais de crianças em internamento prolongado descobrem o valor da leitura partilhada. Ao jogar à matemática com o filho, aquele pai compreendeu por que razão aprendeu o "e vai um", quando andou na escola.
Num recanto entre duas enfermarias, outro pai ajuda o seu filho a preparar uma pintura, enquanto um voluntário muda a garrafa do soro.
Durante o internamento do seu filho, uma mãe visita, pela primeira vez, um museu. E faz um passeio interno, para conhecer a lavandaria do hospital.
Admira o trabalho que lá se faz.
O Cláudio atende o celular.
A mãe de uma criança, numa outra enfermaria, pergunta quando chegariam lá as professoras.
Conclui a ligação: Porque demoram? Também queremos aprender!
Jogando, de modo inteligente, as crianças vão aprendendo o que lhes foi ensinado na escola, mas não havia sido aprendido.
No Pequeno Príncipe, são curadas as mazelas do corpo e as do espírito.
Uma voluntária, aluna de Pedagogia, comenta: Nós fomos ensinadas a aprender de um só jeito, como a nossa professora pensava que estava certo.
Aqui, nós também trabalhamos os conteúdos. Mas não com todas as crianças ao mesmo tempo. É quando é preciso e é possível.
Outra voluntária, professora, acrescenta: Eu já tinha visto este material pedagógico em escolas por onde passei.
Mas nunca o tinha utilizado.
O Luís tem 4 anos. Vive no hospital quase desde o dia em que nasceu.
Sofre de doença degenerativa.
Só conhece o mundo lá de fora através da janela da enfermaria e através do mundo que as professoras lhe descrevem. A sua melhor amiga contraiu pneumonia e faleceu.
O Luís quebra um silêncio de vários dias: Porque é que a Carol nunca mais vem brincar comigo?
A voluntária encosta o rosto do Luís no seu colo.
Um longo afago é a resposta.
E eu evoco o último capítulo do "Pequeno Príncipe": Agora já me consolei um pouco. Sei que voltou ao seu planeta; pois, ao raiar do dia, não lhe encontrei o corpo.
Não era um corpo tão pesado assim...
No Pequeno Príncipe, tão perto da morte, tão perto da vida.

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