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02/09/2009

ESTOU AINDA RECLAMANDO

Conheci José Pacheco em Barbacena, é uma pessoa doce por natureza.
Tudo o que ele diz dá para se perceber que não são teorias, são de sua própria vivência na educação.
Fui reclamar para ele.

Olá José Pacheco, enviei esse email também para Rubem Alves, e Gilberto Dimenstein, vocês são vozes que a educação tem que ouvir.
Já tive a oportunidade de lhe dizer em Barbacena que você e Rubem Alves são os "meus heróis", da educação.
Quem sabe a sua voz possa alertar a essa questão do tempo que está estipulado no ENEM para se responder 90 questões com enunciados extensos em apenas 270 minutos.
São três minutos para cada questão.
Por favor, faça um teste e veja se é possivel responder 90 questões em 4:30 horas, sem antes começar a sentir um grande desconforto e o cérebro começar a se recusar a raciocinar.

Ele me respondeu..
Prezado Ângelo, o ENEM, como o vestibular são dois dos absurdos em que a Educação do Brasil é fértil.
O que poderei acrescentar?...
Envio uns textinhos a propósito...
Abraço fraterno!
José



Estou colocando uma delas...

Ambiente
Vem do latim ambire: andar à volta de, cercar, rodear.
Depende daquilo que as pessoas fizerem das circunstâncias.
Como adiante se verá…


No Dia da Árvore
Na porta do banheiro de uma famosa confeitaria, estava pendurado um dístico: “Por favor, não urine no chão, nem no cesto dos papéis”.
O inusitado apelo avivou memórias, devolveu-me a indelével imagem do Cassiano, cábula e decano dos alunos, urinando contra as paredes dos sanitários da sua escola, incitado pela algazarra de outras boçais criaturas.
Decorridos quase cinquenta anos, as suas estridentes gargalhadas ainda ecoam, violentas, nos meus ouvidos.
Entrei numa faculdade.
No hall de entrada, estava afixado um imponente cartaz: “Salvemos a Amazónia”.
Em letras mais pequenas, apelava-se a uma intervenção cívica que pudesse atenuar a sanha destrutiva dos que dizimavam a floresta.
Em letras ainda mais pequenas, uma nota: “ao poupares papel, estarás a ajudar-nos nesta campanha”.
Segui pelos corredores da faculdade.
Estavam repletos de expositores.
Cartazes caíram ao chão e eram pisados por quem passava.
Desemboquei no bar.
Algazarra, lixo, café, refrigerante e outros líquidos não identificados escorriam do balcão para o chão…
Na sala dos professores, observei um cesto atafulhado de papel.
As folhas estavam impressas apenas de um lado.
Metade das folhas estava em branco, mas estavam amarrotadas, sujas, inutilizadas.
Evoquei uma escola que eu bem conheci, onde os alunos aproveitavam o papel até ao último milímetro e colocavam na caixa das folhas de rascunho aquelas folhas que só tinham sido utilizadas de um lado.
Recordei o gesto de um pai que, certo dia, foi oferecer a essa escola duas resmas de papel, porque “tinha visto o filho a fazer os deveres num papel usado e pensava que a escola estava a passar por dificuldades”.
Quando lhe foi explicado, esse pai entendeu que a prática de reutilizar papel não se ficava a dever a dificuldades…
Ficou sabendo que o seu filho tinha adquirido competências de educação ambiental. Competência é saber em ação e o filho tinha transformado comportamentos em atitude.
Nas minhas deambulações pelas escolas, escuto desabafos de professores que, sem descurarem o bom desempenho dos seus alunos no domínio cognitivo, também se preocupam com o atitudinal:
Diga lá se nós não devemos estar desanimadas! As nossas crianças descobriram ninhos de morcegos nas entranhas de uma velha árvore por detrás da escola.
Com elas, fizemos um projecto, para conhecer a vida dos morcegos e cuidar da árvore que era a sua casa.
Chegou o “dia da árvore” e nós lá fomos com os alunos para uma tarde de observação. Quando chegámos ao lugar onde deveria estar a árvore só vimos restos de ramos cortados e raízes arrancadas. Diga lá se nós não devemos estar desanimadas!
O que aconteceu? – perguntei.
A diretora, quando soube da descoberta dos alunos, pensou que “as crianças poderiam tentar subir à árvore e cair”.
Na manhã do” dia da árvore”, mandou cortar a árvore, que era a casa dos morcegos.
E, enquanto isso acontecia, em todas as salas de aula, em cartilhas iguais para todos e todas abertas na mesma página, todos os alunos pintavam árvores de papel.
Árvores todas iguais...

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