A GOTA DE ORVALHO

Peter Hughes
	Quando o sol nasceu, uma gota de orvalho tornou-se consciente do seu entorno. Não sentiu que estava em uma folha, captando a luz do sol e refletindo-a.  Orgulhosa de sua beleza simples, ela estava muito contente.  Ao redor dela estavam as gotas de orvalho, algumas na mesma folha e em algumas outras folhas ao redor.  A gota de orvalho tinha certeza que era a melhor, a gota de orvalho mais especial de todas elas. Ah, foi bom ser uma gota de orvalho. O vento aumentou e a folha começou a tremer.  O medo começou a aterrorizar a gota de orvalho, a gravidade puxou-a para a borda da folha, em direção ao desconhecido.  Por quê? Por que isso foi acontecer? As coisas estavam confortáveis. As coisas estavam tão bem. Por que elas tinham que mudar? Por quê?Por quê? A gota de orvalho atingiu a borda da folha. Ela estava apavorada, certa de que seria espatifada em mil pedaços, certa de que este era o seu fim.  O dia estava apenas começando e no final tinha chegado tão rapidamente. Parecia tão injusto. Parecia tão sem sentido.  Ela tentou desesperadamente fazer o que fosse possível para se apegar à folha, mas foi inútil. Finalmente, deixou-se render à força da gravidade. Abaixo, bem abaixo caiu. Parecia haver um espelho. Um reflexo de si mesma parecia estar chegando para receber a gota de orvalho.  Cada vez mais perto de se ajuntarem, até que finalmente ... E então o medo transformou em alegria profunda. A gota de orvalho minúscula fundiu-se com a imensidão que era a lagoa.  Agora, a gota de orvalho não era mais uma gota, e não foi destruída. Tornou-se UM com o todo.