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22/06/2011

TECNOLOGIA NÃO EDUCA NINGUÉM.


Interessante imaginar os grandes filósofos e Educadores da história, Sócrates, Platão, Aristóteles, Comenius, Pestalozzi, Rudolf Steiner, Freinet entre tantos outros, fariam com as “evoluções tecnológicas”. Toda a prática pedagógica de cada um se aplicava exclusivamente à capacidade do aluno de pensar.
A tecnologia por si só não transforma e não educa ninguém. É preciso compreender que todo avanço tecnológico pode auxiliar a Educação, mas não vem revolucionar a educação.
 Os avanços tecnológicos são apenas recursos, mais um recurso a disposição da educação, esses recursos podem levá-los a lugares e situações virtuais, mas nenhum recurso tecnológico prescinde da capacidade do educando de pensar, a reconhecer o seu mundo à sua volta, e do professor mediador, estimulador do conhecimento.
O estudo do universo a sua volta, sem dúvida estimulado pela tecnologia facilita muito o desenvolvimento da cognição. 
O s avanços tecnológicos podem contribuir muito na forma de esmiuçar o currículo, esses estímulos, num mundo tecnológico que os alunos vivem, pelo menos parte da sociedade, leva a facilitação dos conteúdos desenvolvidos na sala de aula.
 No entanto, é preciso ater-se ao ponto que a criança é um ser que pensa, sente e age ao mesmo tempo. Então não é apenas um ser formado apenas por uma cabeça. A preocupação de “fazer aprender” pode tornar a educação falha em seu papel.

Existe uma curiosidade investigativa nas crianças, que leva ao desejo de aprender, só que este aprender está longe dos programas escolares. A criança deve ser estimulada desde a menor idade possível, “David Dickinson, doutor em educação pela Universidade de Harvard, e Perri Klass, pediatra, escritora e professora de pediatria e jornalismo da Universidade de Nova York, garantem, “deve-se ler e muito, a partir dos seis meses de vida”, há quem ache interessante que se comece na barriga da mãe. 
O melhor lugar para a criança aprender é o seu entorno. Um exemplo muito interessante é o projeto Aprendiz, do Gilberto Dimenstein. As crianças aprendem nas ruas, nas coisas que estão ao redor dela. 

A curiosidade sobre o mundo a sua volta está em todas as fases do desenvolvimento da criança, todo mundo tem o desejo de aprender, o que mata isso muitas vezes, é a forma que as escolas expõem o conhecimento, como obrigação, pela força, e na maioria das vezes, sem significado para o aluno. Não faz parte de sua vida, de seu meio, para que então aprender?
É na escola, continuação da educação que acontece na família, que o aluno ira receber e desenvolver as suas capacidades de entendimento do mundo em que vive. Através dos estímulos do educador mediador, papel primordial do professor, o aluno irá descobrir o seu papel na construção de uma sociedade “sadia”. 
José Pacheco, professor, escritor, diz que a formação do aluno não é para a cidadania, ela é na cidadania, ela começa desde o momento onde ela está fazendo parte do contexto do mundo onde vive.
 É o exercício diário da cidadania, dentro da escola, através da expressão de seu papel como cidadã autônoma.  Como exemplo para que ao aluno seja participativo e consciente, Pacheco cita a Escola da Ponte, onde a cidadania se exemplifica em todo o cotidiano dos alunos. Cada aluno é responsabilizado pela sua atitude, e não cobrado pelos professores ou diretor. Os alunos ajudam os que não conseguem ter disciplina, votam as atividades em assembléias em que ninguém a não serem eles mesmos decide o que foi proposto.

A escola precisa repensar o seu papel na sociedade que vai muito o longe de simplesmente ser um reforçador e repassador de conhecimento. Seu papel deve ser de formação integral do individuo e deve ser parceiro da família para a sua transformação. 

Ângelo Poncio Júnior

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