Interessante imaginar os grandes filósofos e Educadores da história,
Sócrates, Platão, Aristóteles, Comenius, Pestalozzi, Rudolf Steiner, Freinet entre tantos outros, fariam com as “evoluções
tecnológicas”. Toda a prática pedagógica de cada um se aplicava exclusivamente
à capacidade do aluno de pensar.
A tecnologia por si só não transforma e não educa ninguém. É preciso
compreender que todo avanço tecnológico pode auxiliar a Educação, mas não vem
revolucionar a educação.
Os avanços tecnológicos são apenas recursos, mais um
recurso a disposição da educação, esses recursos podem levá-los a lugares e
situações virtuais, mas nenhum recurso tecnológico prescinde da capacidade do
educando de pensar, a reconhecer o seu mundo à sua volta, e do professor
mediador, estimulador do conhecimento.
O estudo do universo a sua volta, sem dúvida estimulado pela tecnologia
facilita muito o desenvolvimento da cognição.
O s avanços tecnológicos podem
contribuir muito na forma de esmiuçar o currículo, esses estímulos, num mundo
tecnológico que os alunos vivem, pelo menos parte da sociedade, leva a
facilitação dos conteúdos desenvolvidos na sala de aula.
No entanto, é preciso
ater-se ao ponto que a criança é um ser que pensa, sente e age ao mesmo tempo. Então não é apenas um ser formado apenas por uma cabeça. A preocupação de “fazer
aprender” pode tornar a educação falha em seu papel.
Existe uma curiosidade investigativa nas crianças, que leva ao desejo de
aprender, só que este aprender está longe dos programas escolares. A criança deve ser estimulada desde a menor idade possível, “David Dickinson, doutor em educação pela Universidade de Harvard, e
Perri Klass, pediatra, escritora e professora de pediatria e jornalismo da
Universidade de Nova York, garantem, “deve-se ler e muito, a partir dos seis
meses de vida”, há quem ache interessante que se comece na barriga da mãe.
O
melhor lugar para a criança aprender é o seu entorno. Um exemplo muito
interessante é o projeto Aprendiz, do Gilberto Dimenstein. As crianças aprendem
nas ruas, nas coisas que estão ao redor dela.
A curiosidade sobre o mundo a sua volta está em todas as fases do
desenvolvimento da criança, todo mundo tem o desejo de aprender, o que mata
isso muitas vezes, é a forma que as escolas expõem o conhecimento, como
obrigação, pela força, e na maioria das vezes, sem significado para o aluno.
Não faz parte de sua vida, de seu meio, para que então aprender?
É na escola, continuação da educação que acontece na família, que o
aluno ira receber e desenvolver as suas capacidades de entendimento do mundo em
que vive. Através dos estímulos do educador mediador, papel primordial do
professor, o aluno irá descobrir o seu papel na construção de uma sociedade
“sadia”.
José Pacheco, professor,
escritor, diz que a formação do aluno não é para a cidadania, ela é na
cidadania, ela começa desde o momento onde ela está fazendo parte do contexto
do mundo onde vive.
É o exercício diário da cidadania, dentro da escola,
através da expressão de seu papel como cidadã autônoma. Como exemplo para que ao aluno seja
participativo e consciente, Pacheco cita a Escola da Ponte, onde a cidadania se
exemplifica em todo o cotidiano dos alunos. Cada aluno é responsabilizado pela
sua atitude, e não cobrado pelos professores ou diretor. Os alunos ajudam os
que não conseguem ter disciplina, votam as atividades em assembléias em que
ninguém a não serem eles mesmos decide o que foi proposto.
A escola precisa repensar o seu papel na sociedade que vai muito o longe
de simplesmente ser um reforçador e repassador de conhecimento. Seu papel deve
ser de formação integral do individuo e deve ser parceiro da família para a sua
transformação.
Ângelo Poncio Júnior
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