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20/09/2012

MAQUIAGEM


Brincar de se maquiar é bom, mas vale se atentar aos excessos

DO SITE G1


Ao estabelecer novas regras para cosméticos e produtos de higiene para crianças, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) trouxe à tona a antiga discussão sobre as crianças estarem sendo estimuladas precocemente para a sexualidade.
A preocupação não deixa de ter certa razão. A sexualidade parece estar por toda parte, seja na propaganda de um produto, em sites pornográficos de fácil acesso ou até em algumas roupas que não combinam em nada com a infância.
A ação da Anvisa não visa estimular o uso de maquiagem pelas crianças, mas de tornar mais segura essa prática. Hoje, as menininhas usam batom, esmalte ou sombra com certa frequência. Emprestam os produtos das mães, que não são adequados às características de um organismo tão jovem. Antigamente, a possibilidade de pintar o rosto ficava restrita ao carnaval e à festa junina, que eram esperados ansiosamente.
Se por um lado há um excesso na valorização da beleza e uso desses produtos; por outro, ao se maquiarem, as garotas estão exercitando, de maneira lúdica, o papel feminino adulto e imitando a mamãe – querem ficar bonitas e iguais a elas.
Através do brincar, incluindo o exercício de diferentes papéis, as crianças vão dando significado para as coisas do mundo. Por exemplo, as meninas brincam de serem mamães. É algo positivo e sem contraindicação.
Importar-se com a aparência é algo positivo e um indício de que a pessoa se valoriza. O problema surge quando ela se reduz a esse aspecto. O que a impede de enxergar qualquer outra possibilidade para si que vá além de ser visualmente bonita e, consequentemente, desejável sexualmente.
Aí entra o bom senso dos adultos responsáveis pela criança. Brincar de se maquiar é algo possível, assim como vez ou outra passar um batom, do tipo brilho de boca, para passear. Ou uma sombra que na primeira brisa sai dos olhinhos das pequenas. Outra completamente diferente, e preocupante, é aquela garota que já de manhã se pinta toda para ir à escola, fazendo verdadeiros arabescos em torno dos olhos, descaracterizando-a como criança ou adolescente. Para essa, o uso de maquiagem supera o compromisso com o aprender.
Tudo tem seu tempo. O da infância é especial e curto. Temos que mostrar para nossos filhos a importância de aproveitá-la. Usar um batom de vez em quando não vai surrupia-la deles. O bom senso deve caber em qualquer situação.

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