Era de manhã.
Caminhava por uma praça de La Paz com um grupo de amigos. Mulheres índias haviam montado suas pequenas bancas de comercio e ofereciam os seus produtos.
Uma delas vendia laranjas.
Seu estoque não ultrapassava vinte laranjas. Pensamos em proporcionar-lhe uma grande alegria.
Compraríamos todas as laranjas.
"Não posso vender todas as laranjas agora", ela disse. Posso vender no máximo dez."
Por quer, perguntamos surpresos.
“Se eu vender todas as minhas laranjas agora, o que é que vou fazer no resto do meu dia”?
Ela não estava lá para vender Iaranjas.
Estava Iá para ter o orgulho de ser proprietária de um estabelecimento comercial.
Se vendesse todas as suas laranjas, ela ficaria sem um negócio e com isso seria roubada da sua dignidade.
Rubem Alves, do livro – Ostra feliz
não faz pérola”
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