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O MEU SENTIMENTO É O DE UM GARIMPEIRO, QUE BUSCA DIAMANTES, E QUANDO ENCONTRA NÃO CONSEGUE GUARDAR PARA SI.

26/03/2010

O FABULOSO DESTINO DE AMÉLIE POULAIN

Após deixar a vida de subúrbio que levava com a família, a inocente Amélie (Audrey Tautou) muda-se para o bairro parisiense de Montmartre, onde começa a trabalhar como garçonete.
Certo dia encontra uma caixa escondida no banheiro de sua casa e, pensando que pertencesse ao antigo morador, decide procurá-lo ­ e é assim que encontra Dominique (Maurice Bénichou).
Ao ver que ele chora de alegria ao reaver o seu objeto, a moça fica impressionada e adquire uma nova visão do mundo.
Então, a partir de pequenos gestos, ela passa a ajudar as pessoas que a rodeiam, vendo nisto um novo sentido para sua existência.



QUEM QUISER BAIXAR O FILME O FABULOSO DESTINO DE AMÉLIE POULAIN


25/03/2010

O QUE É CIENTÍFICO IV

Rubem Alves



Um cozinheiro cozinha. Um jardineiro cuida do jardim. Um barbeiro corta cabelo e barba. Um motorista guia carros. Um cientista, o que é que ele faz?

A palavra "cientista" é um bolso enorme. Arca de Noé. Lá dentro se encontram os tipos mais variados: astrônomos, geneticistas, clonadores de ovelhas, físicos quânticos, meteorologistas, químicos especialistas em aromas, anestesistas, caçadores de virus... A lista não tem fim. Olhando para aquilo que estão fazendo eles parecem pessoas que nada têm a ver umas com as outras. No entanto, um único nome é usado para todos, "cientista", o que quer dizer que, no fundo, eles estão jogando o mesmo jogo. Qaul é o jogo que um cientista joga?

"Um cientista, seja um teórico ou um experimentador, propõe declarações, ou sistemas de declarações, e as testa passo a passo." É assim que Karl Popper define o que um cientista faz. Popper é, provavelmente, o mais famoso filósofo da ciência do nosso século. Um filósofo da ciência é alguém que tenta entender o que um cientista faz. Frequentemente a gente faz coisas, e as faz bem, mas as faz de maneira tão natural e automática que nem se dá conta de como elas são feitas. Tal como aconteceu com aquela centopeia... Encontrou-se, um dia, com um gafanhoto que lhe disse: " Da. Centopéia, a senhora é um assombro, tantas pernas, todas andando ao mesmo tempo, nunca tropeçam, nunca se embaralham... Da. Centopéia, por favor me diga: quando a senhora vai andar, qual é a primeira perna que a senhora mexe?"

A Centopeia se assustou. Nunca havia pensado nisso. Sempre andara sem precisar pensar. "Não sei, senhor Gafanhoto. Mas prometo: da próxima vez que eu andar, prestarei atenção." Termina a estória dizendo que desde esse dia a Centopéia ficou paralítica... Isso é verdadeiro de todos nós. Veja, por exemplo, a fala - não é centopéia, é miriápodo: milhares de regras, complicadíssimas. Só que, ao falar, não temos consciência dessas regras. Não penso nas regras da gramática agora, que estou escrevendo. Escrevo da mesma forma como a Centopéia andava. Os gramáticos tentam entender as regras da fala. O filósofo da ciência se parece com o gramático: ele tenta entender as regras desse jogo linguístico que o cientista joga.

Contar piada é um jogo de linguagem. O seu objetivo é produzir o riso. A gente ri por causa das palavras. Ninguém, ao ouvir uma piada, pergunta se ela é verdadeira. Piada é jogo do riso, não é jogo da verdade. A "coisa" da piada, o humor, se encontra nas próprias palavras, e não na vida real, fora delas. O sargento berra; "Ordinário, marche!" Ninguém discute. Os pracinhas se põem a marchar. Ninguém ri. As palavras do sargento não são piada; são uma ordem. Ninguém pergunta se elas enunciam a verdade. Uma ordem não é para enunciar uma verdade; é um jogo de palavras cujo objetivo é produzir obediência. E o jogo de palavras que o cientista joga? Qual o seu objetivo?

As palavras do cientista têm por objetivo enunciar a verdade. Como num espelho: a imagem, dentro do espelho, não é real; é virtual. Mas, olhando para o espelho retrovisor do meu carro eu vejo o carro que vai me ultrapassar. A imagem virtual corresponde a uma coisa real. Eu acredito na imagem. Se não acreditar poderei provocar um desastre. Assim são as palavras do jogo que a ciência joga: elas buscam ser imagens fieis da realidade.

A ciência nasceu da desconfiança dos sentidos. Ela acredita que a realidade é como uma mulher pudica acredita que aquilo que a gente vê não é a verdade. Ela fica envergonhada quando é vista através dos sentidos. Esconde-se deles. Dissimula, Engana. A realidade, para ser vista em sua maravilhosa nudez, só pode ser vista - pasmem! - com o auxílio de palavras. As palavras são os olhos da ciência. "Teorias" e "hipóteses": esses são os nomes que esses olhos comumente recebem. Na verdade, todas a teorias não passam de são hipóteses. Uma teoria é uma hipótese que ainda não foi desbancada.

A ciência, assim, pode ser descrita como um "strip-tease" da realidade por meio de palavras. E o que é que a gente vê, ao final do "strip-tease"? A gente vê uma linguagem... Quem percebeu isso em primeiro lugar foram os filósofos gregos que diziam que, lá no fundo de todas as coisas sensíveis se encontra algo que pode ser visto apenas com os olhos da razão. A essa "coisa" eles deram o nome de "Logos", que quer dizer "palavra". Essa é a razão por que Popper definiu o cientista como alguém que "propõe declarações ou sistemas de declarações". Um cientista brinca com palavras. Mas não qualquer palavra. Muitas palavras são proibidas. Quais são as palavras que são permitidas?

Galileo responde: "O livro da filosofia é o livro da natureza, livro que aparece aberto constantemente diante dos nossos olhos, mas que poucos sabem decifrar e ler, porque ele está escrito com sinais que diferem daqueles do nosso alfabeto, e que são triângulos e quadrados, círculos e esferas, cones e pirâmides."


Com isso voltamos àquela aldeia de pescadores que aprenderam a pescar os peixes que nadavam no rio da realidade .. Aprenderam que peixes se pescam com redes. Contei essa parábola como analogia para o que fazem os cientistas, pois eles também são pescadores que pescam no rio da realidade. Também eles usam redes para pescar. As redes dos cientistas feitas com palavras. Somente palavras que possam ser amarradas com nós de números. Os peixes que caem nas malhas da ciência são entidades matemáticas - do jeito mesmo como Galileu o disse.

Um tolo poderia dizer: "Que pena que se tenha de usar redes! Nas redes os buracos são muito maiores que as malhas! A rede deixa passar muito mais do que segura! Seria melhor se, ao invés de redes, usássemos lonas de plástico que não deixam passar nada. Assim, pegaríamos tudo!" Palavras de um tolo. Uma lona de plástico, por pretender pegar tudo, não pegaria nada. A rede só pega peixes porque os seus buracos deixar passar. As redes da ciência deixam passar muito mais do que seguram. As coisas que as redes da ciência não conseguem segurar são as coisas que a ciência não pode dizer. As coisas que "não são científicas". Sobre elas ela tem de se calar.

Estou ouvindo "Eu não existo sem você", do Tom Jobim. Só posso ouvi-la por causa da ciência. Foi a ciência que, com teorias e medições, construiu o meu computador. Foi ela que, com teorias e medições, produziu o CD, traduzindo a música em entidades eletrônicas definidas. Mas um engenheiro surdo poderia ter feito isso. Porque as redes da ciência não pegam música. Pegam entidades eletrônicas quantificáveis. Assim, um cientista que fosse também um filósofo, ao declarar "Isso não é científico", estaria simplesmente confessando: "Isso, as redes da ciência não conseguem pegar. Elas deixam passar. Seria necessário uma outra rede..."

Volto ao Manoel de Barros: "A ciência pode classificar e nomear os órgãos de um sabiá mas não pode medir os seus encantos." Outra rede: o meu corpo é a outra rede, feita de coração, sangue e emoção. Deixa passar o que a ciência segura. E segura o que a ciência deixa passar. Não mede os encantos do sabiá. Mas fica triste ao ouvi-lo, ao cair da tarde... Isso também é parte da realidade. Sem ser científico.

24/03/2010

ENSINANDO A PENSAR

Sir Ernest Rutherford, físico inglês, fundador da física nuclear e ganhador do Prêmio Nobel de Química em 1908, contava:
“Faz algum tempo, recebi um telefonema de um amigo que estava a ponto de dar um zero a um estudante pela resposta que tinha dado num problema de física, pese que este afirmava com rotundidade que sua resposta era absolutamente acertada. Professores e estudantes lembraram pedir a opinião de alguém imparcial e fui eleito.

Li a pergunta do exame que dizia: “Demonstre como é possível determinar a altura de um edifício com a ajuda de um barômetro”. O estudante tinha respondido:

- “Leve o barômetro ao terraço do edifício e amarra-lhe uma corda muito longa. Solte-o até a base do edifício, marque e meça.
O tamanho da corda será o do edifício”.

Realmente, o estudante tinha proposto um sério problema com a resolução do exercício, porque tinha respondido à pergunta correta e completamente. Por outro lado, se se lhe concedia a máxima pontuação, poderia alterar a média de seu ano de estudos, obter uma nota mais alta e assim certificar seu alto nível em física; mas a resposta não confirmava que o estudante tivesse esse nível.

Sugeri que se desse ao aluno outra oportunidade. Concedi-lhe seis minutos para que me respondesse a mesma pergunta mas desta vez com a advertência de que na resposta devia demonstrar seus conhecimentos de física.

Tinham passado cinco minutos e o estudante não tinha escrito nada. Perguntei-lhe se desejava espairecer, mas me contestou dizendo que teria muitas respostas ao problema. Sua dificuldade era escolher a melhor de todas. Desculpei-me por interromper-lhe e pedi que continuasse.

No minuto que restava escreveu a seguinte resposta:
- “Pegue o barômetro e lança-o ao solo do terraço do edifício, calcule o tempo da queda com um cronômetro. Depois aplique a formula da altura = (0,5*h*T²). Assim obtemos a altura do edifício.”
Neste ponto perguntei a meu amigo se o estudante podia retirar-se. Deu-lhe a nota mas alta.

Logo depois, reencontrei-me com o estudante e pedi que me contasse suas outras respostas à pergunta.
- “Bom…”- respondeu -”…há muitas maneiras. Por exemplo, pegue o barômetro num dia ensolarado e meça a altura do barômetro e a longitude de sua sombra. Se medimos a seguir a longitude da sombra do edifício e aplicamos uma simples proporção, obteremos também a altura do edifício.”

Perfeito, disse-lhe, e de outra maneira? E ele prontamente:
- “Este é um procedimento muito básico para medir a altura de um prédio, mas também serve. Neste método, pegue o barômetro e fique posicionado nas escadas do edifício no térreo. Então vá subindo as escadas enquanto marca a altura do barômetro e conte o número de marcas até o terraço. Multiplique, ao final, a altura do barômetro pelo numero de marcas e terá a altura. Este é um método muito simples e direto.”
E continuando :
- “No entanto, se o que quer é um procedimento mas sofisticado, pode amarrar o barômetro a uma corda e movê-lo como se fosse um pêndulo. Se calculamos que quando o barômetro esta à altura do terraço a gravidade é zero e se temos em conta a medida da aceleração da gravidade ao descer o barômetro em trajetória circular ao passar pela perpendicular do edifício, da diferença destes valores, e aplicando uma singela formula trigonométrica, poderíamos calcular, sem dúvida, a altura do edifício.
Mas enfim … existem muitas outras.
Provavelmente, a melhor seja pegar o barômetro e bater na porta do apartamento do zelador e quando ele abrir dizer: Oh meu amigo, tenho aqui este barômetro muito legal e bonito.
Se você me dizer a altura exata do prédio, dou-lhe de presente.”

Neste momento da conversa, perguntei-lhe se não conhecia a resposta convencional do problema(a diferença de pressão marcada pelo barômetro em dois lugares diferentes nos permite saber a diferença de altura entre estes mesmos dois pontos).
- “Evidente que sim, mas durante meus estudos, os professores sempre me incitaram a pensar.”

 
Á margem da veracidade do divertido e curioso personagem, o essencial da história é que haviam lhe ENSINADO A PENSAR.“
O estudante se chamava Niëls Bohr, prêmio Nobel de física em 1922, mas conhecido por ser o primeiro a propor o modelo do átomo como conhecemos hoje em dia, com prótons, neutrons e elétrons nas camadas. Foi fundamentalmente um inovador da teoria quântica.

23/03/2010

ESTUDO ERRADO

Tenho esperança que um dia a escola deixará de ser reprodutora de conteúdos, e cumprirá o seu papel na Educação Ideal...transformar crianças em seres pensantes.




Estudo Errado - Gabriel O Pensador
Eu tô aqui Pra quê?
Será que é pra aprender?
Ou será que é pra sentar, me acomodar e obedecer?
Tô tentando passar de ano pro meu pai não me bater
Sem recreio de saco cheio porque eu não fiz o dever
A professora já tá de marcação porque sempre me pega
Disfarçando, espiando, colando toda prova dos colegas
E ela esfrega na minha cara um zero bem redondo
E quando chega o boletim lá em casa eu me escondo
Eu quero jogar botão, vídeo-game, bola de gude
Mas meus pais só querem que eu "vá pra aula!" e "estude!"
Então dessa vez eu vou estudar até decorar cumpádi
Pra me dar bem e minha mãe deixar ficar acordado até mais tarde
Ou quem sabe aumentar minha mesada
Pra eu comprar mais revistinha (do Cascão?)
Não. De mulher pelada
A diversão é limitada e o meu pai não tem tempo pra nada
E a entrada no cinema é censurada (vai pra casa pirralhada!)
A rua é perigosa então eu vejo televisão
(Tá lá mais um corpo estendido no chão)
Na hora do jornal eu desligo porque eu nem sei nem o que é inflação
- Ué não te ensinaram?
- Não. A maioria das matérias que eles dão eu acho inútil
Em vão, pouco interessantes, eu fico pu..
Tô cansado de estudar, de madrugar, que sacrilégio
(Vai pro colégio!!)
Então eu fui relendo tudo até a prova começar
Voltei louco pra contar:
Manhê! Tirei um dez na prova
Me dei bem tirei um cem e eu quero ver quem me reprova
Decorei toda lição
Não errei nenhuma questão
Não aprendi nada de bom
Mas tirei dez (boa filhão!)
Quase tudo que aprendi, amanhã eu já esqueci
Decorei, copiei, memorizei, mas não entendi
Quase tudo que aprendi, amanhã eu já esqueci
Decorei, copiei, memorizei, mas não entendi
Decoreba: esse é o método de ensino
Eles me tratam como ameba e assim eu não raciocino
Não aprendo as causas e conseqüências só decoro os fatos
Desse jeito até história fica chato
Mas os velhos me disseram que o "porque" é o segredo
Então quando eu num entendo nada, eu levanto o dedo
Porque eu quero usar a mente pra ficar inteligente
Eu sei que ainda não sou gente grande, mas eu já sou gente
E sei que o estudo é uma coisa boa
O problema é que sem motivação a gente enjoa
O sistema bota um monte de abobrinha no programa
Mas pra aprender a ser um ingonorante (...)
Ah, um ignorante, por mim eu nem saía da minha cama (Ah, deixa eu dormir)
Eu gosto dos professores e eu preciso de um mestre
Mas eu prefiro que eles me ensinem alguma coisa que preste
- O que é corrupção? Pra que serve um deputado?
Não me diga que o Brasil foi descoberto por acaso!
Ou que a minhoca é hermafrodita
Ou sobre a tênia solitária.
Não me faça decorar as capitanias hereditárias!! (...)
Vamos fugir dessa jaula!
"Hoje eu tô feliz" (matou o presidente?)
Não. A aula
Matei a aula porque num dava
Eu não agüentava mais
E fui escutar o Pensador escondido dos meus pais
Mas se eles fossem da minha idade eles entenderiam
(Esse num é o valor que um aluno merecia!)
Íííh... Sujô (Hein?)
O inspetor!
(Acabou a farra, já pra sala do coordenador!)
Achei que ia ser suspenso mas era só pra conversar
E me disseram que a escola era meu segundo lar
E é verdade, eu aprendo muita coisa realmente
Faço amigos, conheço gente, mas não quero estudar pra sempre!
Então eu vou passar de ano
Não tenho outra saída
Mas o ideal é que a escola me prepare pra vida
Discutindo e ensinando os problemas atuais
E não me dando as mesmas aulas que eles deram pros meus pais
Com matérias das quais eles não lembram mais nada
E quando eu tiro dez é sempre a mesma palhaçada

Refrão

Encarem as crianças com mais seriedade
Pois na escola é onde formamos nossa personalidade
Vocês tratam a educação como um negócio onde a ganância, a exploração, e a indiferença são sócios
Quem devia lucrar só é prejudicado
Assim vocês vão criar uma geração de revoltados
Tá tudo errado e eu já tou de saco cheio
Agora me dá minha bola e deixa eu ir embora pro recreio...

Juquinha você tá falando demais assim eu vou ter que lhe deixar sem recreio!
Mas é só a verdade professora!
Eu sei, mas colabora se não eu perco o meu emprego.

A TV E A EDUCAÇÃO


Em 2005, uma pesquisa do Ibope apontou o que as crianças mais gostavam de fazer nas férias.
Não era brincar na rua, jogar futebol ou ir à praia.
A diversão predileta era ver Senhora do Destino e Zorra Total.
Ora, o que esses programas agregam a crianças que estão definindo sua identidade?
Nada.
Ao contrário, eles têm um impacto negativo enorme.
Banalizam o consumo, a sexualidade, a violência e os relacionamentos familiares e sociais.

Regina de Assis

VÁRIOS CURSO SOBRE EDUCAÇÃO