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15/06/2012

DISLEXIA


SITE REVISTA NOVA ESCOLA


Nem sempre as dificuldades dos alunos com a leitura e a escrita são sinônimo de dislexia – aliás, raramente são! 

Conheça cinco respostas essenciais para entender melhor o problema


Embora muitos já tenham ouvido falar sobre dislexia, pouca gente conhece as características do transtorno e a frequência com que realmente ocorre na escola. O que, de fato, é sintoma do problema? Por que ele é tão confundido com outras dificuldades de aprendizagem? O que a escola deve fazer a respeito? Veja cinco respostas sobre essas e outras questões. A consultoria é de Fábio Pinheiro, fonoaudiólogo do Laboratório de Investigação dos Desvios da Aprendizagem da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp).

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1. O que é dislexia?
É um transtorno de aprendizagem que faz com que a criança ou adolescente apresente dificuldades para associar as letras e sílabas com seus sons correspondentes. De origem genético-neurológica, tem como característica uma alteração na parte do cérebro responsável pelo processamento da linguagem. É como se o disléxico enxergasse um punhado de letras numa sopa de letrinhas, sem um signifcado claro.

O obstáculo principal é converter o som em sinal gráfico (e o contrário também). Isso gera, por exemplo, problemas na leitura (mais lenta e silabada – com troca da sílaba tônica) e na escrita (erros ortográficos como inversões ou omissões das letras).

Esta condição permanece durante toda a vida acadêmica, da pré-escola ao ensino superior. Mas atenção: o disléxico tem uma inteligência normal e sua compreensão oral é preservada, assim como o raciocíonio lógico-matemático. Ou seja, o indivíduo tem uma dificuldade localizada, que não compromete 0 aprendizado global.

É muito diferente, por exemplo, de um transtorno de aprendizagem. Um aluno com esse problema tem um acometimento nas habilidades de leitura e escrita – como um disléxico –, mas vai apresentar dificuldades em todas as outras áreas do aprendizado, incluindo as habilidades relacionadas ao raciocínio lógico matemático e a compreensão oral, que não ocorrem como manifestação da dislexia.


2. A quantidade de alunos considerados "disléxicos" é exagerada?
Na opinião de muitos especialistas, sim. Há duas razões para isso. A primeira é a falta de preparo para identificar os sinais de dislexia e de outros desvios de aprendizagem por parte dos educadores. Esta realidade mostra que é preciso investir na capacitação para identificar os sinais da maneira correta e desenvolver estratégias que minimizem o impacto na vida da criança e adolescente que realmente tem o transtorno.

Mas o segundo motivo é o principal responsável no exagero no total de diagnósticos: a tendência de relacionar as causas do fracasso escolar a distúrbios de saúde. Em geral, raciocínios do tipo "se o aluno está um pouco atrás do resto da turma e ainda não consegue ler direito, então é disléxico" não se sustentam. Em sua maioria, as dificuldades de aprendizagem têm outras origens: pode ser uma falta de familiaridade com o tema (como no caso de alunos em alfabetização com pouco acesso a textos escritos fora da escola), um ritmo de aprendizado diferente e mesmo uma inadequação com a metodologia de ensino da escola.

A dislexia, por sua vez, é uma condição relacionada à genética e ao sistema neurológico. Como há semelhanças nos sinais mais aparentes, algumas crianças são erroneamente rotuladas como disléxicas. Vale lembrar que apenas um fonoaudiólogo pode dar um diagnóstico correto.

3. O que faz com que dislexia seja confundida com outras dificuldades de aprendizagem?
Retomando a explicação da pergunta 1, lembramos que a criança disléxica pode apresentar uma leitura mais lenta e silabada, além de erros ortográficos como inversões ou omissões das letras. Um rápida reflexão revela que essas são dificuldades semelhantes àquelas do início da alfabetização para qualquer criança, quando elas devem adquirir o domínio alfabético e a compreensão de que a escrita é uma representação da fala, exercitando as chamadas habilidades de consciência fonológica.

Infelizmente é comum que estes erros sejam considerados por alguns professores como sinais de dislexia, quando na verdade inerentes ao processo de alfabetização – ou, se persistentes, podem ser apenas o resultado de uma metodologia de ensino que não focou tais habilidades e que permitiu o prosseguimento dos erros comuns dos primeiros anos. Por isso é fundamental avaliar todo o contexto e conhecer o percurso acadêmico do aluno, avaliando seu nível de aprendizagem para saber se ele realmente tem algum desvio.

4. O que a escola deve fazer?
A escola tem papel central. Cabe a ela orientar todos os profissionais envolvidos, como coordenadores, professores e demais funcionários, instruindo-os para uma prática pedagógica com base nos conhecimentos científicos da área, evitando confusões entre as dificuldades de aprendizagem. Se a escola já tem um aluno disléxico, deve oferecer acompanhamento individualizado. A orientação dos pais e familiares é outra responsabilidade. Formas de cumpri-la incluem encontros, palestras e discussões com especialistas, desmistificando a dislexia e mostrando que existe em menor proporção do que se imagina.

Já o professor é o responsável por levantar os primeiros sinais e fazer os encaminhamentos. Ele deve adequar o tempo das atividades propostas e criar estratégias que favoreçam a participação deste aluno em sala de aula. Também é possível fornecer o material que será exposto na lousa já impresso, com esquemas e organogramas ilustrativos, reforçando oralmente o conteúdo - já que o disléxico tem a compreensão oral preservada - e segmentando as atividades mais extensas.

5. Como é o tratamento?
Ele tem como base a terapia fonoaudiológica, em que a parceria dos pais e da escola é decisiva. A terapia consiste em encontros semanais com o fonoaudiólogo, que utiliza estratégias para aprimorar a fluência, a velocidade e a compreensão da leitura oral e silenciosa. Em geral, estes atendimentos contemplam o trabalho com os sons e a representação gráfica da fala. Podem incluir, por exemplo, atividades de separação silábica, além da exploração de textos com rima e aliteração, a repetição de sons de consoantes

Um comentário:

  1. A clínica da dislexia não é uma exclusividade do fonoaudiólogo. Há excelentes trabalhos de intervenção realizados com equipes multidisciplinares, com destaque para o papel do psicopedagogo nestas equipes.

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